17 maio 2011

Ajuste nos relacionamentos:

Quem sou eu e quem é o outro?

Até que ponto eu vejo o outro como outra pessoa, até que ponto perco a objetividade e o vejo como um espelho de mim?

Todos nós tendemos a projetar coisas de nossas almas sobre as outras pessoas, em maior ou menor grau, e em alguns momentos específicos.

A avaliação daquilo que tanto se critica ou elogia em seu próximo, está realmente no outro ou é algo seu que se encontra projetado?

A forma de existir de uma pessoa, suas observações e representações no curso da vida, representam uma expressão de todo o seu passado, e o caráter é a totalidade de hábitos, de pensamentos e sentimentos, e, do modo de agir com os quais nos identificamos; que formam parte de nossa auto-imagem, a maneira pelas quais o ego combina as suas diversas tarefas a fim de encontrar soluções satisfatórias para determinadas situações difíceis.

Ao observar a forma como se vê o outro, os pensamentos produzidos por essa visão, são verdadeiros ou mágicos? Qual dessa realidade predomina nos pensamentos (mesmo que seja critica ou exultação)? A auto-imagem projetada, ou introjetada desse Outro? É inveja, desejo de ser ou destruir?

Ao se perceber, dentro de uma realidade autentica, pode-se ter um vislumbre do próprio lugar, diante da situação apresentada no momento. Porém, se predomina o pensamento mágico (fantasias alucinatórias de si mesmo), estamos diante de um sintoma, onde desejo e realidade se chocam, o passado se faz presente e o deslocamento iminente, causa conflito entre o desejo e a realidade do mundo exterior, que frustra.

A culpa, como reação mental, pode conduzir a um conflito ainda maior, com fios ligados a julgamentos, critica, agressão, não aceitação, dramas ou submissão e reparação, que por medo de punição, parte para o ataque como defesa de si (do Ego).

Há tanta angustia por trás da excessiva polidez, de uma pessoa, quanto por trás da reação grosseira e ocasionalmente brutal de outra. A diferença está em como as pessoas lidam com a angústia.

A auto percepção poderá ajudar, mas, para tanto, se deve ter conhecimento abrangente de si mesmo. Onde predomina a verdade e não a magia? Onde o passado se faz presente, e onde o presente se vê turvado por um passado que se repete a cada momento nos relacionamentos? Tem que se encontrar as linhas que se formaram, pelas decisões registradas, atitudes persistentes e decisões tomadas, que no momento não são mais necessárias e que devem ser analisadas e descartadas em sua grande maioria.

Os sintomas, sociais e afetivos, se alicerçam em uma interpretação distorcida, onde a conclusão se torna generalizada, por algo não resolvido em um passado encouraçado e distante, mas presente e vivo a cada momento no aqui e agora.

Cada novo, ou velho, relacionamento nos apresenta um momento de complementaridade, em que aparecem peças que faltavam para montar um quebra-cabeças, mas pode também ser um momento de aprender a confrontar, quando alguém, dolorosamente lhe enfia o dedo na ferida.