19 novembro 2008

Delírio de Grandeza

Tão comum em nossos dias; O Delírio de Grandeza.


“Uma idéia delirante ou delírio consiste numa falsa crença, não corrigida pela
confrontação com a realidade, que tende a se expandir no interior do indivíduo e
ocupar um espaço muito grande em seu pensamento”.
Podemos observar, na vida cotidiana, no trânsito, no trabalho, e com maior freqüência nos noticiários - onde se evidencia a crescente falta de bom senso, o que faz com que a violência e a marginalidade sejam capa de jornais e manchete de TV.

A vulnerabilidade da auto-estima torna o indivíduo muito sensível a "mágoas", por críticas ou derrotas, ilusiona ser mais do que realmente é, ter mais direito do que realmente tem; ser indispensável ou mesmo insubstituível. Embora possa não demonstrar abertamente, as críticas podem assolar esse indivíduo e levá-lo a se sentir humilhado, degradado e vazio. Sua reação pode ser de desdém, raiva ou contra-ataque afrontoso.

A violência, que caracteriza sua forma de auto-defesa, passa a ser uma forma de estar, para si mesmo, reforçando sua capacidade de identificar-se com algo que julga importante e fora do convencional. Algo digno de si, mais poderoso, mais forte. Essas experiências, freqüentemente, leva a um retraimento social ou a uma aparência de humildade; que irá mascarar e proteger a necessidade de ser grandioso; ou ao ataque as classes mais favorecidas, ou discordantes de sua maneira de perceber a vida.

Embora a ambição e a confiança ufanista possam levar a altas realizações, o desempenho pode ser perturbado em virtude da intolerância a críticas ou derrotas. Às vezes o desempenho profissional pode ser muito baixo, refletindo uma relutância em assumir riscos diante de situações competitivas, nas quais a derrota possa ser possível. Prefere desistir de seus objetivos, alegando desinteresse, a empenhar-se e correr o risco de não conseguir, ou de deparar-se com alguém melhor qualificado, ou de não ser suficientemente bom e despreparado para aquela situação, no momento.

Sentimentos persistentes de vergonha ou humilhação, e a autocrítica pertinente, podem estar associados com retraimento social e humor deprimido. Sente que não faz parte de nenhum grupo, ninguém está a sua altura, ou mesmo, que alguém possa desenvolver diálogo convenientemente inteligente.

Acredita ter necessidades especiais, que estão além do entendimento comum. Espera ser adulado, prestigiado e fica desconcertado ou furioso quando isto não ocorre. “Nervoso” precisa, especificamente, que esta atenção se manifeste como admiração.

Espera que lhe seja dado o que deseja ou julga precisar, não importando o que isto possa significar para os outros. Apresenta delírios, relacionados entre si, que poderá durar toda a vida. A noção de realidade inexiste. Superior, especial ou único, espera ser reconhecido pelos outros como tal, exige admiração excessiva.

Criam situações em que evidencia o próprio “Poder”; seja pela barganha financeira, ou de algum bem de consumo. Pode, por exemplo, pensar que não precisa esperar na fila e que suas prioridades são tão importantes que os outros lhes deveriam mostrar deferência, e fica irritado quando os outros deixam de auxiliar em "seu trabalho muito importante".

Freqüentemente usurpam privilégios especiais e recursos extras, que julgam merecer por serem tão especiais.

Pode professar um compromisso com o perfeccionismo e acreditar que os outros não conseguem fazer as coisas tão bem quanto eles. São propensos a crer que atingiram a perfeição. Tal reação origina-se, principalmente, do medo que sejam reveladas ou descobertas suas falhas ou imperfeições. O excessivo orgulho por suas realizações, uma relativa ausência de manifestações emocionais e um desdém pela sensibilidade alheia.

Imagina-se, delira que está acima de qualquer um; a dor do outro não tem, para ele, qualquer significado, não lhe diz respeito, afinal de contas, esses sentimentos são menores, e a outra pessoa é insignificante, é menor, fraca, e, portanto, descartável.

Pode desvalorizar rudemente a contribuição dos outros, particularmente quando estes receberam reconhecimento ou elogios por suas realizações. Estes indivíduos freqüentemente invejam os outros, e, portanto, acreditam que os outros têm inveja deles.

Pode-se contar com seu auxilio, com certeza, se o resultado estiver a serviço de seu próprio ego, ou seja, que possa estar reforçando, de alguma forma, seu delírio de importância e grandeza, acrescentando alguns pontos ao seu “Poder”.

As relações interpessoais tipicamente são comprometidas pelos problemas resultantes de expectativas irracionais, de receber um tratamento especialmente favorável, ou obediência automática às suas expectativas; da necessidade de admiração e do relativo desrespeito à sensibilidade alheia.

Tende a formar amizades ou relacionamentos românticos somente se vislumbrar a possibilidade, de que a outra pessoa, vá ao encontro de seus objetivos ou de outro modo aumente sua auto-estima. Quando não atinge os objetivos, imagina-se “abandonado” pela vida, e esse fato o torna “revoltado”, diz para si mesmo, e para os outros, que está sendo perseguido, e se dá o direito de resgatar “aquilo que é seu”, não importando quais métodos deverão ser usados, desde que consiga atingir os fins a que se propos.

O conteúdo do delírio e o momento em que ele surge podem ter relação com situações da vida pregressa do indivíduo. Pessoas propensas podem encontrar no delírio de grandeza a saída fantasiosa para uma situação grave da vida na qual se sentiu extremamente impotente; é um Mecanismo de Defesa que o ego se utiliza para continuar e sobreviver, para não sucumbir, já sucumbindo.

"... No filme K-Pax (EUA, 2001), dirigido por Iain Softley, o espectador é levado à dúvida entre duas possíveis explicações para os acontecimentos apresentados: realidade ou delírio de grandeza. Prot (interpretado por Kevin Spacey) pode ser um visitante de outro planeta ou alguém que apresenta um Delírio de Grandeza”. É um Psicótico, ou um extra-terrestre?

No mesmo filme, podemos observar quando “Prot” (KS), inicia o processo de aproximação com seu psiquiatra, que trás seu trauma à consciência, por hipnose, (apesar de pseudamente inconsciente), leva-o a enfrentar sua impotência e fragilidade. Em resposta ele torna-se catatônico, mas conserva o domínio sobre o afeto do Psiquiatra.

Vislumbramos estas situações o tempo todo em nossa vida cotidiana, não tão cinematográfica, e nem tão romanesca como no filme citado, nem por isso menos catatônicos, afastados da realidade ou da normalidade.

Deparamos-nos com esses tipos, disfarçados ou não, agressivos, passivos, claramente expostos ou dissimulados, mas eles estão sempre por ai com seu jeito próprio de manipular as situações, para obterem assim, os resultados desejados .

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