20 outubro 2008

QUEBRA DE PARADGMAS

· I - Universo e Globalização:

- Perguntamos sempre o que viemos fazer aqui? Quem somos neste contexto global?
O mundo moderno era um mundo que favorecia ordem unida, ditando um padrão comportamental onde a esquisitice não incomodava tanto porque a pessoa se acomodava em algum estereótipo que esse mundo gerava. No entanto, essa padronização acabou quando surgiu a globalização.

No mundo moderno industrializado existiam determinados padrões de referência, tais como o familiar, representado pelo pai, o da empresa pelo chefe, o da religião por Deus,... e, assim por diante.

No mundo atual essas figuras impares ou Universais que tendem ao UM centralizador, ficam desestabilizadas em uma sociedade globalizada onde vigora a pluralidade de laços sociais, ou a quebra dos estandartes. Esta realidade não acomoda o fator esquisito que tanto se tenta esconder.

Desta forma, restam poucas opções para se lidar com as esquisitices:

  1. - Nega-las ou construir novos padrões de comportamento mais autênticos, de acordo com o Eu Interior.
    Tornar-se mais independente das expectativas do Outro, passar a dar mais valor aos conteúdos mais íntimos, fazer nova amizade consigo mesmo, ou se colocar em check-mate diante de um mundo onde as coisas não acontecem com muita clareza.
    A transparência é uma das exigências dos novos tempos.
    Como ser transparente sem saber o que é transparência, visto que ela ultrapassa a natureza do ser humano?
  2. – Aprender a lidar com o risco da quebra de padrões, confrontar as esquisitices que levam a grandes angustias, a tentativas de sedação (uso de tranqüilizantes), ou ao afastamento do convívio social.
    O ser humano se sente mal com sua forma de ser, com sua forma esquisita de ser, não está acostumado a se responsabilizar por seus atos, a dar uma resposta às coisas que não entende. E o que é pior, pensa ser o único; que sua esquisitice é a pior e a mais abominável de todas.

- Qual seria o antídoto às tentativas frustradas de individualismo?

Um bom antídoto seria detectá-la, nomeá-la, separa-la das esquisitices do Outro, e ser amigo de si, respeitar seus desejos, respeitar seu jeito peculiar e único de ser, lidar com essas diferenças de forma criativa.

Quando se é amigo de alguém se tolera esse "outro" diferente e esquisito. Sabendo que o amigo é assim mesmo, e que apesar disso, continua sendo amigo, que tem seus limites e que contar com ele é relativo.

Porque não fazer isso consigo mesmo, porque não ser seu próprio amigo, e deixar as expectativas alheias de lado, exigindo somente o que pode ser exigido, até o ponto que sabe e pode fazer?

No amor, no relacionamento a dois, um realiza a esquisitice do outro. As esquisitices se completam e se complementam. Porque não amar tanto a si próprio a ponto de responsabilizar e realizar, para si mesmo as próprias esquisitices?

Quando os padrões, nos quais se acredita, não são sustentados e divididos por pessoas que estão próximas, começa-se a desconfiar de tudo e de todos. Neste tempo de globalização ninguém dá muito crédito a nenhuma identidade, e sem um crédito estável nem a própria pessoa dá crédito a si e começa a desconfiar de si própria.

Estar alerta para o eu interior, ser amigo de si, respeitar seus desejos, respeitar seu jeito peculiar e único de ser, lidar com essa “coisa esquisita” de forma criativa é a senha para bem viver.

Um comentário:

Unknown disse...

Olá, Sirlene!
Recebi o link do seu blog por e-mail, e achei bastante interessante seu artigo. Trabalho com massoterapia e Reiki, e gostaria de conhecê-la.

Abraços,

Vili
vilibaldo@gmail.com